Choveu desde a noite de ontem até o amanhecer de hoje. Troquei de roupa, sai da barraca e foi tudo muito rápido, em 40 minutos, já estava na trilha. Antes deixei que os americanos colocassem o que quisessem na minha mochila e eu fiquei sem nada pra carregar...isso salvou o meu dia!
No início foi legal, mas começamos a pegar uma subida forte, muito forte. Neste dia começamos a avistar outros grupos e paramos em um posto de controle para descansarmos. Depois retomamos a subida e entramos em uma área de vegetação forte com muitos degraus.
Comecei a subir muito devagar, passo a passo e fiquei perto dos americanos, conversando no que dava. Neste dia estava sem lente, o suor caia nos meus olhos e ardia a vista. Em uma das tiradas do óculos do rosto, a haste quebrou...putz. Tive que emendar com band-aid. Continuei subindo e depois a parte de vegetação se abriu um pouco ao entrarmos em um vale. No topo da montanha estava o 2º passo, o da mulher morta a 4.215m e teríamos cerca de 2 horas pra subir tudo...incrivelmente peguei um fôlego e usei um exercício q o guia ao subir o villarica me explicou...que a subida tem que ser cadenciada, em um mesmo ritmo, passo a passo...digamos eu contava de batidas do cajado e dava uma respirada forte...não sei se foi por isso, mas eu e o Andreas começamos a nos distanciar do restante do grupo e rara foi as vezes que pude prestar atenção na paisagem durante a subida, pois minha concentração foi grande.
Eu estava ficando cada vez mais exausto e a cada virada que eu avistava mais subida eu me desesperava dizendo q não ia conseguir...pra piorar, a garoa que caia virou chuva e tive que colocar o poncho que era uma merda e me molhava de todo o jeito. Depois de um tempo desisti do poncho e coloquei o mesmo dentro do meu anorak na minha frente e comecei a andar...nisso todos já estavam pra trás...comecei a caminhar sozinho e como estava adiantado parava com mais freqüência pra admirar o caminho e descansar. As montanhas eram enormes e lindas. Parecia que eu estava dentro do elo perdido. Quando cheguei no lugar do acampamento, fiquei quase dez minutos sentado esperando o restante do pessoal, o que foi ótimo, porque quem chegava por último andava mais devagar, mas descansava menos...vi q o negócio era dar tudo quando o terreno era plano ou quando me sentia bem e depois administrar a “vantagem” no restante do tempo.
Depois do descanso de todos, parti na frente com o Andreas para a pior parte do dia...a chuva ia e vinha e já estava pouco me importando com isso, eu estava completamente molhado. Essa parte é realmente a mais difícil...mas incrivelmente usando a minha técnica de concentração, conseguimos ir em um bom ritmo até os
Desabei e fiquei lá sentado muito cansado...realmente andar nessa altitude é totalmente diferente, apesar de não estar passando mal nem nada.
O guia parabenizou a todos (os americanos chegaram uma meia hora depois) e descansamos um pouco mais neste lugar...havia muita nuvem e fazia muito frio!!! O restante do dia era escadaria pura para baixo. Incrivelmente foi ai que senti que teria problemas...pra mim foi muito mais difícil de descer do que subir...meu problema no joelho voltou a incomodar e usei muito o cajado...os degraus eram totalmente diferentes e escorregadios por causa da chuva....meu ritmo ficou lento e todos me passaram exceto os americanos e por várias minutos caminhei sozinho o que foi ótimo.
Chegamos no acampamento e ali ficaríamos por toda a tarde e noite, não íamos mais andar neste dia...comemos e ficamos conversando sobre tudo, sobre nossos países, política, idiomas, tudo. Depois a noite, começamos a questionar histórias ao Roberto sobre os outros grupos e coisas sobrenaturais tb. Pra que fizemos isso...ele nos contou cada coisa de arrepiar e após a janta nem fui até o banheiro, que ficava a uns
Nenhum comentário:
Postar um comentário